História
Nós somos um grupo constituído de estudiosos e simpatizantes da ecolinguística. Aqui você encontrará muito material para estudo, informação sobre atividades passadas e futuras bem como endereços de sites, blogs e listas de discussão brasileiras e estrangeiras. Só com o material disponível aqui e nas fontes acessáveis a partir daqui pode-se ter uma visão bastante abrangente da ecolinguística e do movimento ecolinguístico no Brasil e no Mundo. Aliás, o Brasil tem estado na vanguarda dos estudos ecolinguísticos. Foi na UnB que surgiu a variante da ecolinguística chamada "linguística ecossistêmica" que, atualmente, apresenta uma extensão dedicada à análise de discursos/textos, conhecida como "análise do discurso ecológica" (ADE), de que há textos em dois dos blogs mencionados abaixo. O presente site se dedica basicamente a elas, pois a linguistica ecossistêmica é a ecolinguística brasileira.
A ecolinguística é uma disciplina que está se expandindo no mundo todo a cada dia que passa. Ele tem como alguns de seus principais precursores Wilhelm von Humboldt (1767-1835), Edward Sapir (1884-1939) e Einar Haugen (1906-1994). O terceiro deles é tido como pai da disciplina, sobretudo devido a seu ensaio clássico Haugen (1972). No entanto, ela só decolou para valer no início da década de noventa do século passado, devido aos esforços de Alwin Fill da Universitade de Graz, Áustria. O livro Fill (1993) é a primeira introdução à ecolinguística a ser publicada, embora alguns artigos tenham aparecido em épocas anteriores. Para quem quiser ver um detalhado histórico da disciplina, pode ler a Introdução à antologia organizada por Couto, Couto, Araújo & Albuquerque (2016).
No Brasil, quem primeiro falou em ecolinguística foi o estudioso de linguística aplicada Francisco Gomes de Matos, da UFPE, já aposentado. Mas, as primeiras publicações se devem a Hildo H. do Couto. Como se pode ver na seção ARTIGOS, sua primeira publicação de cunho ecolinguístico data de 1998 (The place of place in creole genesis), embora sob a forma de comunicação apresentada em um evento no exterior. No ano seguinte, ele produziu uma monografia de 200 páginas (Contato interlinguístico: da interaçâo à gramática, 1999), no âmbito da crioulística, mas já empregando o arcabouço teórico da ecolinguística. No ano de 2002, ele produziu mais duas monografias. A primeira é "Aquisição de L1 por Aninha: Uma visão ecológico-interacional", publicada em uma revista de difícil acesso. A segunda, "Ecolinguística", esteve disponível por algum tempo no site da mesma instituição que produziu a revista que publicou a primeira monografia. Inopinadamente, ela saiu do ar. A monografia está na seção LIVROS, enquanto que os dois artigos estão na seção ARTIGOS.
Cinco anos depois, veio a lume o primeiro livro de introdução à ecolinguística publicado no Brasil (Couto 2007), com 462 páginas. Aliás, as únicas duas línguas que têm algo semelhante são o inglês e o alemão. Dois anos depois, a Editora Contexto, de São Paulo, publicou um livro de contato de línguas do mesmo autor (Couro 2009). Ele trata do assunto estritamente da perspectiva ecolinguística, mostrando uma interessante possibilidade de aplicação da disciplina. A partir daí, começaram a aparecer dissertações de mestrado e teses de doutorado no arcabouço teórico ecolinguístico. Começaram, outrossim, a surgir artigos e livros de outros autores, como Couto (2012) e diversos outros mencionados na seção bibliografias.
No início de 2015, saiu o primeiro número de Ecolinguística: Revista brasileira de ecologia e linguagem (ECO-REBEL), no contexto do Open Journal System. O quarto número está saindo no momento da redação do presente texto (agosto de 2016), ou seja, o volume 2, número 2, 2016. O endereço para acesso livre é: http://periodicos.unb.br/index.php/erbel/index. No início de 2016, saiu a grande antologia O paradigma ecológico para as ciências da linguagem: Ensaios ecolinguísticos clássicos e contemporâneos (Couto, Couto, Araújo & Albuquerque 2016). Ela contém 18 textos, sendo os dois primeiros constituídos de ensaios de Sapir e Haugen, já mencionados, seguidos de outro de Alwin Fill, bem como 10 de grandes representantes internacionais da área e de dois brasileiros. De novo, as únicas línguas que dispõem de algo parecido são o inglês e o alemão. Trata-se de uma obra que pode ser usada como base para um curso de introdução à ecolinguística.
Na seção EVENTOS, pode-se ver que há dois grupos que se reúnem de dois em dois anos. O primeiro é o ENCONTRO BRASILEIRO DE ECOLINGUÍSTICA (EBE), que se dá em anos pares, tendo sido o primeiro em 2012, na UnB. O segundo é o ENCONTRO BRASILEIRO DE IMAGINÁRIO E ECOLINGUÍSTICA (EBIME), cujos encontros se dão nos anos ímpares, com o primeiro realizado em 2013, na universidade Federal de Goiás. Até o presente momento, todas as atas têm sido publicadas, ou uma seleção dos trabalhos apresentados, como se vê em outras seções deste site. Esse grupo é constituído basicamente por professores, alunos e interessados em geral que se reúnem em torno do NELIM (Núcleo de Estudos de Ecolinguística e Imaginário), também da UFG, dirigido por Elza Kioko N. N. do Couto. Aliás, tem havido uma colaboração tão intensa entre UnB e UFG no que tange à ecolinguística que se chegou a falar em eixo Brasília-Goiânia. Os dois juntos, associados a muitos pesquisadores de diversas outras instituições do Brasil e do exterior, constituem o que se passou a chamar Escola Ecolinguística de Brasília. Isso porque a disciplina nasceu praticamente na UnB, como está registrado no UnB Agência de 06 de julho de 2012. Essa escola informal pratica basicamente linguística ecossistêmica, juntamente com sua extensão análise do discurso ecológica (ADE).
Em 23 de outubro de 2008 entrou no ar o primeiro texto do blog "Meio Ambiente e Linguagem", que conta hoje com mais de 20 ensaios ecolinguísticos. Aliás, há pelo menos mais dois outros blogs ecolinguísticos, um em inglês (ECOSYSTEMIC LINGUISTICS), outro em português (A ARVINHA) -- parece que na Indonésia existe um outro, mas em bahasa indonesia ou indonésio (http://forumekolinguistikindonesia.blogspot.com.br). Aqui seria interessante mencionar também o site ecolinguístico internacional www.ecoling.net, dirigido por Arran Stibbe. Associado a ele, existe a lista de discussão "Ecolinguistics List", moderada pelo próprio Arran, cujo email para contato é This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.. Na universidade berço da ecolinguística moderna, Graz, também há o site "Ecolinguistics" (http://www-gewi.uni-graz.at/ecoling), que está um tanto desatualizado, mas vale a pena ser visitado para ver informações históricas (ver LINKS).
Aqui no Brasil, temos a lista "Linguística Ecossistêmica" que, infelizente, não permite aos assinantes enviar mensagens. Ela existe apenas para que eles recebam informações sobre novidades na área. Para ser incluído nela, basta mandar um e-mail para This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.. A lista que permite aos assinanantes enviar mensagens é LEB, cujo endereço é This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it., moderada por Genis Frederico Schmaltz Neto (o Fred), a quem se pode escrever para se associar (This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.).
Enfim, nosso site é uma porta que se abre para o maravilhoso mundo da ecolinguística, tanto brasileira quanto internacional, com ênfase na primeira. Sejam bem-vindas e bem-vindos a ele.
Referências
Couto, Elza Kioko N. N. do. 2012. Ecolinguística e imaginário. Brasília: Thesaurus.
Couto, Hildo Honório do. 2007. Ecolinguística: Estudo das relações entre língua e meio ambiente. Brasília: Thesaurus, 462p.
_______. 2009. Ecologia, liguística e ecolinguística: Contato de línguas. São Paulo: Editora Contexto.
Couto, Hildo H do; Couto, Elza K. N. N. do; Araújo, Giberto & Albuquerque, Davi. 2016. O paradigma ecológico para as ciências da linguagem: Ensaios ecolinguísticos clássicos e contemporâneos. Goiânia: Editora da UFG, 526p.
Haugen, Einar. 1972. The ecology of language. Stanford: Stanford University Press: 325-339. Também em Fill & Mühlhäusler (2001: 57-66) e na antologia brasileira (p. 57-75).
Fill, Alwin. 1993. Ökologie: Eine Einführung. Tübingen: Gunter Narr Verlag.
_______& Peter Mühlhäusler (orgs.). 2001. The ecolinguistics reader. Londres: Continuum.